DETECTOR DE FUMAÇA: entenda como posicionar e dimensionar no projeto ou imóvel
Salve salve, galera! Eu sou o engenheiro Allyson Ramagnoli e, neste artigo inspirado no conteúdo do canal Cabô Lavô, vou explicar de forma prática como posicionar e dimensionar detectores de fumaça em projetos e instalações. Entender o porquê de cada detector estar naquele local vai te dar autonomia para conferir projetos, cumprir normas do Corpo de Bombeiros e, principalmente, aumentar a segurança do imóvel.
Principais tipos de detectores e quando usar cada um
Antes de pensar em pontos e quantidades, é essencial conhecer os tipos básicos de detectores mais utilizados:
- Detector de fumaça – Detecta partículas de fumaça; é ideal para ambientes onde o princípio de incêndio gera fumaça visível sem calor imediato.
- Detector termovelocimétrico – Aciona ao detectar aumento rápido de temperatura; indicado para locais com possibilidade de fumaça “inofensiva” (vapor, gases de escapamento) que poderiam causar falsos alarmes.
- Detector de calor – Responde a uma temperatura fixa elevada; usado quando a presença de fumaça é comum e não representa incêndio.
“Em locais como cozinhas ou estacionamentos, usar detectores termovelocimétricos ou de calor evita muitos falsos alarmes.”
Existem também detectores lineares e infravermelhos, mas neste guia vamos focar nos três tipos acima para entender a lógica de aplicação.
Escolha da marca: o detalhe que muda o dimensionamento
Nem todos os detectores têm o mesmo alcance. Por isso, antes de projetar, solicite ao fabricante o datasheet do equipamento que pretende utilizar. O raio de atendimento informado pelo fabricante define quanto cada detector cobre em metros.
Recomendação prática:
- Defina a marca que será usada no projeto.
- Peça o datasheet para validar o raio de atendimento.
- Utilize esse raio para desenhar a cobertura sobre a planta.
Como dimensionar na planta: raio, área e obstáculos
Com o raio de atendimento em mãos (por exemplo, 5 m), você pode projetar a cobertura do detector no formato de um círculo com raio igual ao especificado. Lembre-se:
- Raio de 5 m = diâmetro de 10 m. Esse é o potencial de atuação do detector.
- Em áreas abertas, é possível reduzir o número de detectores, desde que não haja divisórias ou paredes que bloqueiem a passagem da fumaça.
- Qualquer compartimento separado por parede ou divisória que vá até o teto exige, obrigatoriamente, um detector próprio para aquele ambiente.
Exemplo prático: se você tem um escritório de 100 m² subdividido em 20 salas de 5 m² cada, mesmo que o alcance do detector cubra mais área, você precisará de 20 detectores (um por sala) devido às barreiras físicas.
Níveis, bolsões e acúmulo de fumaça
Outro ponto crítico é o nível de instalação do detector. Estruturas abaixo da laje (falsos tetos, sancas e outros vazios) podem criar bolsões onde a fumaça se acumula e não alcança o detector imediatamente. Avalie o pé-direito e os detalhes construtivos para garantir que o detector esteja em posição efetiva de captura da fumaça.
Regras práticas para distribuir detectores
- Posicione detectores com base no raio informado pelo fabricante e no layout do ambiente.
- Considere o uso do tipo adequado (fumaça, termovelocimétrico, calor) conforme a função do espaço (cozinha, garagem, área técnica, etc.).
- Se houver divisórias até o teto, trate cada ambiente como independente e equipe-o com seu detector.
- Proteja sempre o cabeamento com eletrodutos e infraestrutura adequada para evitar danos mecânicos e interferências.
Dicas finais e boas práticas
- Trabalhe lado a lado com fabricantes para adaptar o projeto às características específicas do detector escolhido.
- Revise a planta elétrica e estrutural para identificar bolsões de fumaça e pontos cegos.
- Prefira instalar detectores em locais que facilitem a detecção precoce—próximo ao teto, livre de obstruções diretas.
- Documente o critério de escolha dos tipos de detectores no projeto para facilitar aprovação junto ao Corpo de Bombeiros e fiscalização.
Se você está começando agora ou tem dificuldade na aprovação de projetos junto ao Corpo de Bombeiros, procure se especializar. Existem cursos específicos em segurança e prevenção e combate a incêndio que aprofundam esses conceitos e facilitam a aprovação de projetos.
Conclusão
Dimensionar e posicionar detectores de fumaça exige atenção a três fatores principais: o tipo de detector adequado ao ambiente, o raio de atuação informado pelo fabricante e as características físicas do espaço (divisórias, níveis e bolsões). Entendendo esses pontos você garante maior eficácia do sistema, evita falsos alarmes e atende corretamente às exigências das normas.
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